quarta-feira, dezembro 19, 2007

Piegas!

Eu gosto daquele ossinho na barriga dele. Aquele do ladinho, que é um pouco fundo.
Eu imagino um beijo meu guardado ali pra sempre.
Fico lembrando das letras grandes escritas com batom na barriga dele, aquele riso contido que ele me esconde quando eu suspiro mais fundo num abraço qualquer.
Outro dia me peguei falando de política, discutindo na verdade, porque eu sempre falo de política, embora eu não acredite em muita coisa, eu explanei sobre idéias e sentimentos de indignação que vão além da minha capacidade de indignação.
Eu não sei se quero falar disso.
Lembro da noite que eu tentei estragar, mas de tão mágica, eu não consegui.
A manhã parecia uma tarde cinzenta dos dias em que acordo com uma sensação de vida que tinge todo o céu de lilás.
Eu queria falar daquelas cumplicidades atrozes, que escondem o sangue entre os dentes pra não culpar a quem se prometeu.
Eu busco uma tragédia colorida, quero ser a atriz principal dum filme da Coppola filha, pois é a única modernidade que eu ainda suporto.
E também porque nem é moderno.
Hoje almocei sozinha de novo, e hoje foi culpa da chuva que não deixou meu amor chegar.
Conversei com as batatas fritas, e sorri com o limão da coca-cola, ai tão vendo porque não escrevo mais nesse blog, eu ando tão piegas, toda apaixonadinha.
No verdadeiro ritmo dos trópicos, na pieguice lusitana.
Bah! Preciso de férias.


Na falta do que fazer, visitei o blog da minha amiga Luana, esta que faz inúmeros testes malucos...
Fiz esse aqui:




(Beijos Lú!)

terça-feira, dezembro 18, 2007

O Túnel


Esta noite, nada demora tanto—

o tempo não.

Houvesse um fogo,

ele queimaria agora.


Houvesse um paraíso,

eu não teria demorado.

Penso que luz

é a imagem final.


Mas tempo repete-se,

amor—e um eco.

Um tempo passa

amor no escuro.


(ROBERT CREELEY)

segunda-feira, dezembro 10, 2007

"se existirem alguns céus minha mãe teria (só seu) o seu. Não seria um céu amor-perfeito nem um frágil céu de lírios-do-vale porém sim seria um céu de rubronegras rosas meu pai estaria (rosa de cheirorosa de talo) pertinho de minha (pendendo sobre o seusilencioso) com olhos que são mesmo pétalas e vêm nada com a face de um poeta mesmo que é uma flor e não uma face com mãos que sussurram Céus é meu bem-amado bem (subitamente ao solele vergará& o jardim inteiro vergará)"
(e.e.cummings)

sexta-feira, dezembro 07, 2007

sexta-feira, novembro 09, 2007


"(...) I wanna shine on in the hearts of men

I wanna meaning from the back of my broken hand

Another headache another heart break

I'm so much older that I can take

And my affection

Well it comes and goes

I need direction to perfection

No no no no (...)"

(The Killers)

quarta-feira, outubro 24, 2007

dia chuvoso.


"Se não entendo tudo, devo ficar contente com o que entendo. E entendo que vejo estas árvores e que tenho direito a minha língua e que posso olhar nos olhos dos estranhos e dizer: não me desculpe por não gostar do que você gosta; não me olhe de cima para baixo; não me envergonhe de minha fala; não diga que minha fala é melhor do que a sua; não diga que eu sou bonito, porque sua mulher nunca ia ter casado comigo; não seja bom comigo, não me faça favor; seja homem, filho da puta, e reconheça que não deve comer o que eu não como, em vez de me falar concordâncias e me passar a mão pela cabeça; assim poderei matar você melhor, como você me mata há tantos anos."

João Ubaldo Ribeiro.

terça-feira, outubro 16, 2007

ALTA ROTATIVIDADE NO CEMITÉRIO DE AMORES


Agora renova o gloss-urucum no espelho das ruas.
Pensa nos homens como um cemitério de sapatos que poderiam estar naquela vitrine.
Os homens são apenas um cemitério de sapatos que ficam embaixo das camas enquanto nos comem ou nem isso.
Sapatos de bicos finos.
Sapatos bem engraxados.
Sapatos sujos na poeira do trabalho e dos dias.
Sapatos cujos bicos já pedem água.
Sapatos de todos os números.
Quantas vezes, como num mergulho, numa vertigem, avistara aquele cemitério de homens mortos de véspera na sua memória.
“Os homens já sobem mortos para as nossas camas”, pensava ela.
Ela sempre gostou de dormir bem na beirada da cama, quase como se imaginasse que cairia dali em sonhos e seria levada por mares artificiais de filmes de Fellini.



por Xico Sá, sempre do caralho!

terça-feira, setembro 25, 2007

Protect me from what I want...


É miserável.
Essa forma eloqüente de me infernizar.
Esse inferno ácido que sou eu caminhando.
Eu não sou simpática.
Eu não sou empática quando eu não quero.
É miserável.
Todos aqueles que tocaram meu corpo são miseráveis em sua ausência.
Cansei de gente louca tentando me foder, cansei de gente burra e bela tentando me perturbar.
Eu não quero mais esses boçais onde meus olhos podem ver.
Eu não quero mais as bacantes, eu não quero mais os ardentes “marxistas”, tão sedutores em suas contradições revolucionárias e seus semblantes de “homem-feito” atrás de suas barbas cheias.
Eu preciso me livrar da beleza antes que ela me torne uma tola.
E tola eu não posso ser diante de tanta reação austera.
Não acredito mais no verde daqueles olhos.
Não acredito mais na devoção daquela menina gorda.
Não acredito mais na respiração ofegante ao meu lado no escuro do meu quarto.
Não quero mais ser alvo duma libido cretina.
Não quero mais o palhaço dos olhos escuros, não quero mais o jornalista dos olhos verdes, não quero mais a menina rechonchuda das mãos hábeis.
Renuncio ao gozo, desisto da fascinação.
E não há mais mágoa.
Me recuso.
É miserável.

sábado, setembro 22, 2007

O início do fim...



Meus limites expostos em tudo que eu amo; minha poesia me dizendo adeus em cada mão que abandona as minhas...
Eu só queria uma forma de acabar com essa farsa toda. Parar de dissimular esse vazio; parar de sentir isso de outra forma... A grande verdade da minha estúpida existência é que eu não sei fazer nada vingar... Eu não sei fazer essa engrenagem, que já surgiu enferrujada, funcionar.
Uma vida totalmente sem sentido. Eu não estou caminhando nem da forma que queriam que eu caminhasse; e estou muito distante de caminhar da forma que eu queria.
Na verdade, eu sei que eu não estou mesmo indo para lugar algum.
E que eu nem sei se existe esse lugar onde eu queria estar.
Eu não tenho concentração para ler o que eu deveria ler e nem se há ainda algo mais no que eu estudo que eu deva aprender.
As coisas na sua essência primitiva não precisam ser melhoradas, porquê, algo me diz que depois apenas se pode distorcer as coisas já apreendidas; que já eram tão completas; e que também, eu sei, nunca pediram para serem modificadas.
Assim funciona a infância... Nenhuma criança precisa ser melhorada.
Todas as crianças já sabem o que é preciso saber para viver uma vida inteira!
SE o mundo fosse feito somente de crianças tudo seria mais bonito, e talvez pudéssemos admitir a existência de alguma perfeição.
De repente eu descobri que a perfeição está no que há de inicial; está na primeira impressão de tudo. Porquê na primeira impressão não há engano.
Numa primeira impressão há dezenove anos atrás minha acreditou, vivenciou o que há de mais belo em mim, e aquilo sim, era completo, porque lá, ao nascer: eu sou eu.
Lá só importava os olhos dela e aquele ser nascido -repleto de chances- que era eu. E lá estava a matéria-prima do amor dela por mim. Porque amor é a possibilidade de perfeição mais veemente.
E essa perfeição não deveria enfraquecer-se aos poucos. Pois dessa forma o amor (semente no brotar do seu primeiro galhinho) não iria morrer assim em fases... Não iria se perder da impressão inicial que era pura, que era verdadeira... Porque não há estrago que o mundo faça que acabe com uma percepção guardada por mil dragões.
A tragédia disso tudo é a perda da vitalidade dos dragões, que –estes sim- não estão imunes ao nosso descaso ao amor; não estão a salvo da nossa arrogância e estupidez de apenas conseguir ver o que está bem diante de nós...

Amanda Cristina Carvalho

quarta-feira, setembro 19, 2007

Para abrir os olhos...


"Eu devo ir

Não há mais sentido

Nos resta se juntar

Quem sou eu

Já não importa

Nem nunca importou

O que importa é o que te quebra em duas cidades

O que importa é o que te deixa tão transfuso

O que é a dor eu não entendo

Mas sinto apertar de leve o meu peito

Nas madrugadas quando estou a navegar

Faz quarenta dias que eu estou no meu barco a vela

E não me sinto tão sozinho, eu tenho meus amigos

Que só aparecem quando eu bebo

Que só aparecem quando eu bebo

Que só aparecem quando eu não sou eu

E hoje eu não...

O que importa é o que te faz rachar as velas

O que importa é o que te faz abrir olhos de manhã

E já é de manhã

Adeus, a estrada espera. "
(Helio Flanders_ Vanguart)

segunda-feira, setembro 17, 2007

"Vocês vão apanhar que nem ladrão"- CHOQUE.


E a indignação me domina...
Madrugada duma nova semana.
Muita coisa aconteceu.
Minha cabeça está pesada com tanta coisa.
Tô com muita raiva e indignação por tudo que aconteceu lá na faculdade...
Odiando ainda mais a polícia e similares.
Odiando ainda mais a rede Globo que manipula notícias e imagens.
Tô no extremo da minha fragilidade, da minha confusão, da minha saudade, da minha solidão.
Tô com a cabeça no meio fio...
Eu tinha tanta coisa pra escrever, tentar demonstrar minha indignação e revolta com as palavras escritas, porém as minhas mensagens são silenciosas, expressas pelo meu olhar.
Hoje eu estou me sentindo melhor.
Passei quinta, sexta e sábado exaurida, tensa, aflita...
Tanta coisa ao mesmo tempo...

Eu quero gritar.
Eu preciso decidir tanta coisa, arrumar essa vida torta...
Decidir um lugar para ir, porque não quero ficar sozinha em São Paulo, esse lugar me engole aos poucos...

Sexta eu vi o Marcelo, eu estava com tanta saudade, pena que não pude conversar muito...
Mas foi tão bom vê-lo.
Foi tão lindo o show do Violeta.
A Drica do meu ladinho, o Well que ressurgiu das cinzas...
E aquela banda perfeita, tocando num lugar que já me pareceu perfeito um dia...

Bom, eu não sei mais o que escrever...

Acho que não sei mais escrever e contar minhas impressões...


Vamos continuar lutando pelo nosso direito de estudar e de termos a nossa FAFIL funcionando...



quarta-feira, setembro 05, 2007

“Não vou querer ser o dono da verdade, também tenho saudade, mas já são quatro e tal...”.


Essa semana acaba mais cedo.
E não é necessariamente bom ou ruim.
Sinto minha mente cansada, passei as duas últimas semanas preparando o trabalho do Reis, o vídeo ficou bonito, só o áudio que não colaborou, eu sou maníaca por trilhas sonoras e coloquei música em tudo.
Resumindo: A TV e o DVD não compartilharam com a minha fixação musical e só deu para ouvir as músicas.
Fiquei bastante irritada e fiz a ceninha básica dum diretor irritado, sai toda alterada da sala e fiquei um tempinho reclamando.
Depois voltei e vi que não havia mais o que fazer, fiquei lá sentada ao lado do professor fazendo comentários sobre o vídeo, tentando amenizar aquela frustrada tentativa de passar um vídeo; e também distraída com o verde dos olhos dele no escuro: nuances que só eu sei reparar...
O Reis é uma boa pessoa, por vezes fico sem saber o que dizer quando ele sorri e diz “tudo bem” em situações que eu quebraria tudo, mandaria tudo ao inferno.
Ele tem um jeito muito singular de enfrentar tudo, eu o admiro muito. Tanto que nem sei como expressar. Porque eu sou muito boa em expressar desprezo e repúdio pelas pessoas, e quando eu me encanto e admiro eu fico toda boba e sem saber o que dizer.
Porém, eu acho que ele deve saber que eu o admiro; ele não parece acreditar nessa minha pose blasé, não o tempo todo.
A apresentação foi adiada por conta de manifestos&manufaturados.
Eu estou um pouco cansada, muitos dias na frente do computador editando esse vídeo, escrevendo o trabalho escrito e tentando ler o Jorge Luis Borges que eu peguei na biblioteca semana passada.
Eu gosto muito deste senhor, gosto como quase gosto daqueles poemas de morte do Álvaro de Campos, só que eu sei que o Jorge não é de morte, ao menos não compartilha dessa morte niilista do Álvaro.
Eu ando tão distante da poesia, fazia tempo que não lia um livro de poesias.
Lembro que no colégio eu apenas lia poesias... Romances eu só lia alguns clássicos da literatura universal, e quase todos da literatura luso-brasileira.
Eu tinha um plano de que quando chegasse à faculdade eu já teria lido quase todos os clássicos universais, de Kafka a Eurípides.
Eu não li todos, e nem tenho mais tempo para isso.
Sinto-me culpada quando releio Drummond e vejo o Freyre na estante: inerte.
São tantos livros que eu TENHO que ler que me sinto mal quando leio os que eu GOSTO de ler.
Escrever então, tá cada dia mais difícil.
Acho que já superei a fase de me sentir mal por ser subjetiva e falar muito de mim mesma.
Aceito com mais paz a idéia de que nada que eu faça é tão profundo e complexo.
E ainda bem, porque não tem nada mais chato que gente “cheia de significados profundos”, nada pior que pessoa hermética...
Quem me conhece talvez se espante ao ler isso.
Mas me sinto assim, e é assim, ninguém vai ter o pensamento mirabolante que vai mudar a história dos pensamentos.
Somos todos indivíduos sociais, frutos do mesmo tempo, tudo que fizermos e pensarmos vai ser parecido, vai se encontrar em alguma parte (viva a Terezinha no meu caminho!).
A vida fica tão mais leve sem esse peso dos significados.
Acabou agosto!
Isso já me alegra um bocado.
E comecei setembro vendo a minha amiga Marina.
Muita confusão para chegar à festa, mas pela Marina eu iria até o inferno.
Festa da atriz: gente bela e louca.
Todavia, para mim as festas são todas iguais.
Fui somente para abraçar a minha amiga.
Não sei explicar o que nos faz assim. Mas amo aquela garota demais, mesmo estando perto dela tão pouco. Hoje é aniversário dela. Acontece alguma coisa mágica no céu quando é data natalícia de Marina.

Hoje acho que vou ao show dos Demônios da Garoa.
Bom, ao menos esses eram os planos, Estou sendo tomada por uma louca vontade de ficar em casa o dia todo.

Eu nem sei bem de mim...
Eu estou me sentindo bem, sem grandes perturbações.
Agosto acabou e setembro me sorriu docemente.
Porque as melhores coisas acontecem em setembro.
Bom, já escrevi demais...
E nada que seja útil.
Vou dormir...




terça-feira, setembro 04, 2007

lento...


cada palavra e cada disfarce que suas mãos despiram tão lentamente. era bonito ver minhas verdades rasgando por seus dentes. bonito mesmo! como me alegrava os olhos de te ver transformando toda a minha pose em cena de novela mexicana.

agora essa vontade de juntar a grana e comprar aquela arma.

vontade guardar você em cada tiro.

vontade de atirar sempre que eu penso que é você que vai descer do ônibus; que não é a sua linha, nem tem nosso nome riscado no vidro.

tampe meus ouvidos que eu vou atirar.


(Amanda)

quarta-feira, agosto 29, 2007

tempo pra ser o tempo...


"É para você que escrevo, hipócrita. Para você - sou eu que te sacudo os ombros e grito verdades nos ouvidos, no último momento. Me jogo aos teus pés inteiramente grata: bofetada de estalo, decolagem lancineante, baque de fuzil. É só para você e que letra tán hermosa -Exaltação - Império Sentido na Avenida - Carnaval da síncope. Pratos limpos atirados para o ar. Circo instantâneo, pano rápido mas exato descendo sobre a sua cabeleira de um só golpe de carícia, e o teu espanto!"


(Ana C.)

sexta-feira, agosto 24, 2007

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!


" Tenho medo de todos vocês. Tenho medo do choque da sensação que salta sobre mim porque não posso lidar com ela como vocês - não posso fazer um momento fundir-se no outro. Para mim são todos violentos; todos apartados; e se eu cair ao impacto do salto do momento, vocês estarão sobre mim, fazendo-me em pedaços. Não tenho um fim em vista. Não sei como correr de minuto a minuto, hora a hora, dissolvendo-os por uma força natural até que formem a massa inteira e indivisível que vocês chamam vida. Porque vocês têm um fim em vista - é uma pessoa ao lado de quem sentar, é uma idéia, é a beleza? Não sei - seus dias e horas passam assim como a ramaria de árvores e o macio verde da floresta para um cão disparando atrás de um faro. Mas não há um só odor, um só corpo que eu possa seguir..."


(Virginia Woolf)

terça-feira, agosto 21, 2007

"É necessário deixar a Bovary sentir o bafo matinal da rotina."


Estou engolindo este silêncio com essa coca-cola sem gás.
Porque tentar arrumar as coisas nunca foi meu forte.
Não tenho visto muita graça nos dias, a tal da semana de História não conta novas histórias pra quem não a conhece.
Há quem diga que o amargo vem de mim, não das cores entre as pessoas.
Eu fui tola como sempre acabo sendo quando me encanto, e vai lá saber o porquê eu pensei que escrever pra ele iria mudar alguma coisa.
E de repente, eu que era tão austera fiquei assim esperando pequenos milagres, esperando a reprise daquele filme que eu vi nos olhos dele.
Se eu estava liricamente fodida, agora eu estou desgraçadamente confusa, e lírica, querendo ser indiferente.
Não é da minha natureza pedir qualquer coisa seja pra quem for.
Eu só não queria deixar tudo se perder assim, como se nunca tivesse brilhado, como se essa luz ainda não fizesse sombra aqui.
Não sei bem o porquê, mas sinto que ele não vai me responder.
E não há nada de novo em não significar nada para semi-conhecidos, e não comove nem mesmo dizer que queria que dessa vez fosse diferente...
São inevitáveis também os pensamentos típicos: “o que será que falta em mim?”, “ será que foi algo que eu disse?” , “por que me importo tanto?”...
Não estou reclamando também não...
Deve ser muito chato ser inatingível, não ter ninguém que te faça sentir absolutamente dispensável...
Eu não sou de pedir nada, e não vou pedir nada a ele também.
Não há raiva, não há o que dizer.
Nem todo mundo quer ser entendido, não é mesmo?
E ele não tem obrigação alguma de me explicar nada.
É, eu não entendi porra nenhuma do que houve, talvez eu quisesse qualquer tipo de resposta... Mas é somente o que eu queria e eu sei somente querer.
Hora ou outra eu esqueço, só não vou fingir que não está doendo e que não significa nada porque eu não sei dissimular e nem quero, a vida já é tão escassa de sentidos pra ficarmos fazendo “tipo”, a vida já tem tão pouco espaço pra quem sente que eu não vou poupar o meu...
Isso tudo aqui é meu, e não vou incomodar ninguém com as minhas impressões, ninguém (nem ele) precisa ouvir a minha história...
É uma pena, de fato.
Cada vez eu vejo menos sentido em me expor assim, cada vez se torna mais perigoso olhar alguém nos olhos, cada vez mais arriscado se deixar beijar...
Porém, eu prefiro morrer acreditando que a graça da vida é o viver no outro; do que ter medo e esconder vontades tão belas quanto essa aqui de existir um pouco nele, essa que eu já vou ter que deixar pra trás...

Droga!

terça-feira, agosto 14, 2007

o.O




cerejas


podem




parecer


amargas




se você nada sabe


do solitário sabor




experimente-as


antes




quando


ainda




forem


flores






(Rodrigo Garcia Lopes)

quinta-feira, agosto 09, 2007

...se ao te conhecer dei pra sonhar, fiz tantos desvarios!


"A busca, a conquista, a posse rápida e total na ânsia de enraizar o amor, que de repente não é mais amor, é lúxuria, lúxuria que de repente não é luxuria, é farsa. Farsa que é medo, simplesmente medo da solidão, mais difícil de suportar que o peso do corpo alheio a se abater sobre o meu..."


(Lygia Fagundes Telles)

quarta-feira, agosto 08, 2007

domingo, agosto 05, 2007

=]


"Meu bem, meu bem-me-quer. Te dou meu pé, meu não... Um céu cheio de estrelas feitas com caneta bic num papel de pão..."


sexta-feira, agosto 03, 2007


"Tenho tentado aprender a ser humilde. A engolir os nãos que a vida te enfia pela goela abaixo. A lamber o chão dos palácios. A me sentir desprezado-como-um-cão, e tudo bem, acordar, escovar os dentes, tomar um café e continuar".

(Caio Fernando Abreu)

quarta-feira, agosto 01, 2007

ah!




É, eu fiquei aqui a tarde toda com o pensamento lá: imóvel distração desde a última(e primeira) vez que eu te vi.
“Vá se foder... Por que diabos você tinha que me encantar tanto, se ia me deixar ir assim?”- eu disse baixinho antes de virar as costas e sair.
Rubra abaixo da cintura, e ontem eu sonhei com você e não soube como te contar.
Estive remoendo seus olhos entre os dedos, chupava sua língua e quase que te ouvi me chamar... O telefone tocou, acordei assustada. Desgraçadamente fragilizada.
Ficou um pouco da sua mão na minha perna, um pouco dos seus dedos no meu livro e dos seus olhos, porra, esses olhos ficam dançando (zombando de mim) sobre as notas desse jazz que soa (dolorido) por toda madrugada...
Você não precisa saber de nada disso.
Tô liricamente fodida por sua causa. De pernas cruzadas, os olhinhos brilhantes e sorrisinho cretino (mas tão bonitinho, ah se quisesses ver!).
Já haviam me dito que não demorava a aparecer um filho-da-puta perfeito pra revirar tudo, pra me fazer baixar a guarda, pra me calar a boca, pra me deixar sem saber o que dizer, pra que eu morresse de saudade (mesmo sem sentir)... Uma perfeição pra me colocar no meu lugar, pra quê de criança metida a sabe tudo eu voltasse ao meu posto verdadeiro de criança chorona que não sabe mais o que fazer pra chamar sua atenção, porra!
Eu tô te chamando, talvez não pareça mas eu tô chamando... Ah se eu pudesse gritar...

segunda-feira, julho 30, 2007

¬¬


"Quando vejos certos moços, suspiro meus tristes ais. Fui eu que nasci tão cedo ou eles tarde demais?"


(Cora Coralina)

domingo, julho 29, 2007

"paixão é igual fumaça, sufoca, mas não mata" ahuahauhauha


Eu não sei bem o que aconteceu, olhos desgraçadamente belos que pouco me olharam.
Vida estrategicamente intensa, pra que a face se fizesse quente e alguma coisa pudesse o agradar.
É que de repente eu perco a vontade de encantar, porque eu não sou de encanto, sou de verdade, louca, solta e tola.
E tão perdidamente fascinada. E cheia de poses pra tudo, e tão espontânea na minha loucura.
Eram tantos olhos, tantas impressões e fatalmente eu só me preocupava com uma.
Eu sempre dedico alguma exclusividade, e ela é sempre do olhar mais suntuoso, mais dócil e mais distante.
Tolices minhas, coisas de dias frios, abraços quentes e minha imaginação a flutuar...
Até que gosto de ficar assim levemente decepcionada e comicamente fascinada!





Amanhã acordo sozinha, com os lábios rachados pela madrugada fria, sem gosto de beijos e a cantarolar alguma canção do Cartola.



(Só Cartola pra salvar minhas manhãs de domingo)















"Chora, disfarça e chora



Aproveita a voz do lamento



Que já vem a aurora



A pessoa que tanto queria



Antes mesmo de raiar o dia



Deixou o ensaio por outra



Oh! triste senhora



Disfarça e chora



Todo o pranto tem hora



E eu vejo seu pranto cair



No momento mais certo



Olhar, gostar só de longe



Não faz ninguém chegar perto



E o seu pranto oh!



Triste senhora



Vai molhar o deserto



Disfarça e chora"









;)

segunda-feira, julho 23, 2007

(eu não ando bem da cabeça)


Parece que minha garganta vai começar a doer, está estranha (ou será só um nó na garganta?), amanheceu chovendo muito.
Passei à tarde com a chuva me pondo medo, ameaçando aumentar, algumas trovoadas.
Desde ontem que me fragilizei assim.
Exposta.
Com medo.
Fugindo.
Tem dias que não faço questão de mais nada, tem dias que tanto faz se os meus amigos estão distantes, se o mundo é feito de ostentação... Tem dias que eu desisto de tudo (dela, dele, de mim, de você, de nós, do universo).
Tem dias que dá pra ver a distância que existe entre eu e a vida que eu queria pra mim.
Sinto saudades duma alegria, sinto falta de estar contente, de sorrir em paz.
Tem dias que não há ninguém, e tem dias que nem falta eu sinto mais.
Ontem à noite quando cheguei, estava muito quente, minha cabeça doía, minha alma se contorcia em agonia, pra que eu nunca mais deixasse que a vissem.
Eu devo isso a ela.
Vou ficar aqui e esperar tudo passar.
Para amanhecer novos dias, em que eu não precise mais desses seres estranhos (velhos & sujos) pra me contradizer, pra sentir pena e desejar me comer.
Porque eu posso ser um pouco ingênua e amedrontada, mas eu sei bem o que querem quando olham pra mim.
Não entendo a raiva, tampouco a mágoa e essa irritação, não quero entender, quero esquecer, quero que passe esse tormento antigo, com nova face, novos versos, e a mesma mentira...
Pro inferno!
Eu sei que não podia me matar, acabaria me deixando viva, agonizando por odiar ainda mais o que me move.

sábado, julho 21, 2007

certas vidas não saem do rascunho....


"Eu só enjôo quando olho o mar, me disse a comissária do sea-jet.Estou partindo com suspiro de alivio. A paixão, Reinaldo, é uma fera que hiberna precariamente.Esquece a paixão, meu bem; nesses campos ingleses, nesse lago com patos, atrás das altas vidraças de onde leio os metafísicos, meu bem.Não queira nada que perturbe este lago agora, bem.Não pega mais o meu corpo; não pega mais o seu Corpo.Não pega.Domingo à beira-mar com Mick. O desejo é uma pontada de tarde. Brincar cinco minutos a mãe que cuida para não acordar meu filho adormecido. And then it was over. Viajo num minibus pelo campo inglês. Muitas horas viajando, olhando, quieta.
Fico quieta.Não escrevo mais. Estou desenhando numa vila que não me pertence.Nao penso na partida. Meus garranchos são hoje e se acabaram."Como todo mundo, comecei a fotografar as pessoas à minha volta, nas cadeiras de varanda."Perdi um trem. Não consigo contar a história completa. Você mandou perguntar detalhes (eu ainda acho que a pergunta era daquelas cansadas de fim de noite, era eu que estava longe) mas não falo, não porque a minha boca esteja dura. Nem a ironia nem o fogo cruzado.
Tenho medo de perder este silêncio.Vamos sair? Vamos andar no jardim? Por que você me trouxe aqui para dentro deste quarto?Quando você morrer os caderninhos vão todos para a vitrine da exposição póstuma. Relíquias.Ele me diz com o ar um pouco mimado que a arte é aquilo que ajuda a escapar da inércia.Outra vez os olhos.Os dele produzem uma indiferença quando ele me conta o que é a arte.Estou te dizendo isso há oito dias. Aprendo a focar em pleno parque. Imagino a onipotência dos fotógrafos escrutinando por trás do visor, invisíveis como Deus. Eu não sei focar ali no jardim, sobre a linha do seu rosto, mesmo que seja por displicência estudada, a mulher difícil que não se abandona para trás, para trás, palavras escapando, sem nada que volte e retoque e complete.Explico mais ainda: falar não me tira da pauta; vou passar a desenhar; para sair da pauta."

(Ana Cristina Cruz César)

quinta-feira, julho 19, 2007

tem jeito não...


" Todos os dias, todos os olhares, e todas as vezes que respiro, e todas as voltas que dou por aí, ou números, ou classes, ou lugares, ou ruas, ou pensamentos, ou sonhos, ou pesadelos, ou nomes, ou danças, pessoas, todas as músicas, ou olhos, ou roupas, ou revistas, ou a cada merda de segundo. TODOS meus GRITOS. É sempre você.."


(Caio Fernando Abreu)

sexta-feira, julho 06, 2007

“Talvez eu passe um tempo longe da cidade, quem sabe eu volte cedo ou eu não volte mais!”


Acordei cedo hoje.
Dormi um pouco alterada ontem.
Tequilas, cervejas, novos amigos, música ruim e eu com um bom humor digno de quem cortou o cabelo e acertou no corte!
Meu irmão sempre me disse para dar espaço às pessoas que não se parecem comigo.
E definitivamente, às vezes é muito bom não falar de coisas sérias, não ouvir músicas tristes e “complexas”...
A vida parece mais real quando se perde uma série de conceitos bobos, parece que o mundo te sorri, mesmo de longe.
Eu tenho visto a vida com certa bondade dos últimos dias e penso mesmo que as pessoas são sempre os melhores lugares.
Deixo esta cidade amanhã de manhã, vou lá para a terra do meu pai, respirar aquele ar que é tão ímpar, sorrir para aqueles olhos que são tão meus...
Estou buscando vida até onde não tem, e as palavras são só palavras perto de tanta coisa que podemos ver.
Não quero mais essa melancolia que limita os olhos e que só faz repetir as palavras.
Não há nada de tão errado assim que não possa me mobilizar para um sorriso.
“Quando não se tem nada, não há nada a se perder”, já dizia o Dylan.
Essa pretensão maluca que nos faz ser tristes e nos faz heróis de nós mesmos, que não se negam jamais!
Ah!
“Alma, alma.”- existe alma sim, porra!
Talvez eu me contradiga ainda mais, e talvez a graça de tudo seja essa.
Esse segmento de contradições, porém sempre com classe, sempre mantendo a pose de quem sabe tudo do mundo (“maldita petulância!”, já dizia mamãe).
Enfim, vou lá para o meu lugar, andar de trem, sorrir no mesmo ritmo do doce olhar do meu tio, tirar fotos de tudo!
Não sei quando volto, mas eu devo voltar...

segunda-feira, julho 02, 2007

e era sincera, toda essa pose de mulher austera?

Odeio essas noites que não se decidem quanto ao clima.
Gosto de muito frio, gosto de extremos.
O semestre acabou na labuta intelectual de estudar História.
Sinto-me perdida, como se tivesse perdido muita coisa, sinto como se minha faculdade fosse uma merda, e que está me privando de muitas coisas.
Por outro lado, penso também se eu agüentaria mais, não estou reclamando, mas meu curso é foda, e muitas vezes durante o semestre eu me perguntei se ia agüentar, se era mesmo isso que eu queria.
Minha professora de “introdução ao estudo da história” me deu o mapa dos caminhos ao inferno e ao céu.
E eu não sei se é esse o processo, mas eu mudei muito desde que comecei este curso, li muita coisa que me fez mudar de idéia, e mudar de idéia é muito desconfortável, muito mais para seres petulantes como eu.
Uma grande amiga minha me disse que esse curso me faz mal.
Eu não sei, porque eu tento ver a perda da ingenuidade não como uma maldade, mas sim como uma luz.
Luz que eu precisava; parar de se importar com tudo. Parar de sinalizar a vida com os olhos...
Talvez seja isso que a incomode tanto, meus olhos não sinalizam mais nada...
E por falar em amigos...
Eu nunca passei tanto tempo sem os meus...
Angustia-me muito, algumas vezes em que não encontro nenhum deles para contar coisas bobas (“o mundo é pequeno sem ter com quem dividir as coisas banais”); dói um bocado notar que sei tão pouco deles e eles tão pouco de mim. Alguns recados fragmentados nessa porra fria de internet, “eu te amo” a gente sempre diz, e ignora que há tempos não cultua esse amor.
Disseram-me certa vez que é pra isso que servem os namorados: para ocupar o lugar dos amigos quando estes já não podem estar ao seu lado.
Mas sei lá, eu não trocaria ninguém pelos meus amigos, eles são tão singulares e ímpares para mim...
Eu sinto que ninguém mais faz questão de ninguém no mundo atualmente.
Pra mim isso tudo é ainda muito estranho, pois saudade pra mim é assunto sério e eu não sei ficar muito tempo longe daqueles que eu amo.
Por falar em saudade, amor, tempo... Esses dias me peguei chorando ao ler uma antiga carta daquele que sabia mais de mim que eu mesma.
É curioso que ele me repreendia por uma to meu que hoje eu trato com tanta naturalidade e quase beira o vício (se é que já não é um).
Bobagem achar que se pode melhorar as pessoas com palavras bonitas...
Se fosse assim eu seria outra pessoa, por tanta coisa que já li...
O que podemos fazer pelas outras pessoas é estarmos presente, é olhar, é mandar pro inferno, gritar...
As pessoas são movidas à euforia, à reações humanas de desespero, de cólera, de loucos atos de amor...
Se tudo fica entre versos, entre as palavras, parece que perde a vida, parece que não existiu.
Eu gosto muito das coisas escritas, de fato, porém eu não sei lidar com a ausência que essas palavras escritas carregam.
Sei muito pouco daquilo que quero, mas sei muito bem das coisas que eu não quero.
Não sei bem o que estou tentando fazer, oscilo entre a euforia e a mais crua das tristezas...
E depois de alguns meses a vida me tem sido justa.
Meu ponto fraco está aguçado: a beleza.
Nada me deixa mais transtornada do que a beleza, porém acho que está tudo sobre controle, que eu vou saber me virar...
Meu encanto também mudou... E nada se perde, tudo se transforma.

Por Amanda na madrugada de dois julho.

quinta-feira, junho 28, 2007

Nunca gostei tanto de festa junina.

"Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa. Ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada..."

Caio Fernando Abreu

quarta-feira, junho 20, 2007

Confessional

"Amar, amei. Não sei se fui amado,
pois declarei amor a quem odiara
e a quem amei jamais mostrei a cara,
de medo de me ver posto de lado.
Ainda odeio quem me tem odiado:
devolvo agora aquilo que declara.
Mas quem amei não volta, e a dor não sara.
Não sobra nem a crença no passado.
Palavra voa, escrito permanece,
garante o adágio vindo do latim.
Escrito é que nem ódio, só envelhece.
Se serve de consolo, seja assim:
Amor nunca se esquece, é que nem prece.
Tomara, pois, que alguém reze por mim…"
( Glauco Matoso)

terça-feira, junho 19, 2007

pois é!


"Ainda que dentro de mim as águas apodreçam e se encham de lama e ventos ocasionais depositem peixes mortos pelas margens e todos os avisos se façam presentes nas asas das borboletas e nas folhas dos plátanos que devem estar perdendo folhas lá bem ao sul e ainda que você me sacuda e diga que me ama e que precisa de mim: ainda assim não sentirei o cheiro podre das águas e meus pés não se sujarão na lama e meus olhos não verão as carcaças entreabertas em vermes nas margens, ainda assim eu matarei as borboletas e cuspirei nas folhas amareladas dos plátanos e afastarei você com o gesto mais duro que conseguir e direi duramente que seu amor não me toca nem me comove e que sua precisão de mim não passa de fome e que você me devoraria como eu devoraria você... ah se ousássemos."


(Caio Fernando Abreu)

sábado, junho 16, 2007

Saudades.




"(...) e depois que você partiu o mel da vida apodreceu na minha boca (...)."

(Tom Zé)

sexta-feira, junho 15, 2007

Bah!


"Não sei porque eu tô tão feliz
Não há motivo algum pra ter tanta felicidade
Não sei o que que foi que eu fiz
Se eu fui perdendo o senso de realidade
Um sentimento indefinido
Foi me tomando ao cair da tarde
Infelizmente era felicidade
Claro que é muito gostoso
Claro que eu não acredito
Felicidade assim sem mais nem menos é muito esquisito
Não sei porque eu tô tão feliz
Preciso refletir um pouco e sair do barato
Não posso continuar assim feliz
Como se fosse um sentimento inato
Sem ter o menor motivo
Sem uma razão de fato
Ser feliz assim é meio chato
E as coisas nem vão muito bem
Perdi o dinheiro que eu tinha guardado
E pra completar depois disso
Eu fui despedido e estou desempregado
Amor que sempre foi meu forte
Não tenho tido muita sorte
Estou sozinho, sem saída, sem dinheiro e sem comida
E feliz da vida!!!
Não sei porque eu tô tão feliz
Vai ver que é pra esconder no fundo uma infelicidade
Pensei que fosse por aí, fiz todas terapias que tem na cidade
A conclusão veio depressa e sem nenhuma novidade
O meu problema era felicidade
Não fiquei desesperado, não, fui até bem razoável
Felicidade quando é no começo ainda é controlável
Não sei o que foi que eu fiz
Pra merecer estar radiante de felicidade
Mais fácil ver o que não fiz
Fiz muito pouca aqui pra minha idade
Não me dediquei a nada
Tudo eu fiz pela metade, porque então tanta felicidade
E dizem que eu só penso em mim, que sou muito centrado
Que eu sou egoísta
Tem gente que põe meus defeitos em ordem alfabética
E faz uma lista
Por isso não se justifica tanto privilégio de felicidade
Independente dos deslizes dentre todos os felizes
Sou o mais feliz
Não sei porque eu tô tão feliz
E já nem sei se é necessário ter um bom motivo
A busca de uma razão me deu dor de cabeça,
acabou comigo
Enfim, eu já tentei de tudo, enfim eu quis ser conseqüente
Mas desisti, vou ser feliz pra sempre
Peço a todos com licença, vamos liberar o pedaço
Felicidade assim desse tamanho
Só com muito espaço! "
(Luiz Tatit)

quarta-feira, junho 06, 2007

"Tá fazendo frio nesse lugar, onde eu já não caibo mais... já não caibo em mim."


"Arrumo a mala. Guardo as meias.

Lembro que gostava dessa meia vermelha, e sorrio lembrando de quando nossos pés se perdiam...

E o Chico tem mesmo razão, confundir as nossas pernas, não me deixou mais ir para muito longe.

Guardo seu sorriso no cantinho junto dos cintos e sinto muito, por sentir tanto assim e não saber até hoje como te deixar...
Já fechei a janela, já disfarcei seus traços do meu rosto com o pó de arroz.

É a hora da partida, meu amor..."


Amanda Cristina.


sexta-feira, junho 01, 2007

tão menina


"Ela cresceu ouvindo certas coisas
Mas acabou vivendo uma outra história
Enquanto tinha tempo, acreditava
Enquanto acreditava, via o tempo indo embora
Permaneceu meio complicada
Na medida que a vida vinha e atropelava
Carregou todos os seus sonhos como pôde
Até assistir, um por um, desmoronados
Carregou todos os seus sonhos como pôde
Até assistir, um por um, desmoronados
Não vai mais amanhecer
Pelas esquinas o medo sussurra
Não vai mais amanhecer
Entre seringas e guardanapos
Não vai mais amanhecer
Sem dono, ganhou a noite
Sem dono, ganhou a noite
E era tão menina,
E era tão menina,
Era tão menina,
Era tão menina...
Entre um desalento e um suicídio
Ela preferiu o gozo de um pesadelo
Suas lágrimas que nunca brotaram
Inundam sua alma, inundam sua alma
Suas lágrimas que nunca brotaram
Inundam sua alma, inundam sua alma
Ressecam o espírito, paralisam o corpo
Regelam seu rosto, regelam seu rosto
Ressecam o espírito, paralisam o corpo
Regelam seu rosto, regelam seu rosto
Não vai mais amanhecer
Entre algemas e corações abandonados
Não vai mais amanhecer
Sua bandeira virou um alvo
Não vai mais amanhecer
Sem dono, ganhou a noite
Sem dono, ganhou a noite
E era tão menina
E era tão menina
Era tão menina…
Ela era tão menina
tão menina
Ela era tão menina
tão menina
Ela era tão menina
tão menina"
(Lobão)

sábado, maio 26, 2007

A nostalgia da borboleta

Ontem eu vi um homem que há anos eu não via; um homem que atormentou meus doze anos... Um homem que ocupou meus pensamentos durante anos, que me fez entender muita coisa sobre o que as pessoas podem perder e nunca mais recuperar.
Eu estava na sexta série, estudava no período da tarde num colégio próximo daqui de casa (colégio onde passei boa parte da minha vida), ele me levava para o colégio no seu transporte escolar.
Típico homem medíocre, vazio, com semblante de “malandro”, associado da “Vai-Vai”, sempre de boné, nas horas vagas oscilava entre a noiva (loira com semblante de vulgar) e a atendente da auto-escola (morena, nome estranho, também com semblante de vulgar). E ainda dirigia um Chevette azul.
Este homem de vocabulário pobre, aspirante a nada que fosse valer a pena; este homem era o meu tal “primeiro amor”.
Eu era infantilmente “apaixonada” por ele...
Aos doze eu já tinha certa pose de “mocinha grande”, usava o cabelo de um jeito diferente e fui a primeira da escola a ter cabelo repicado (“do tipo menor na frente, saca?”), entendia muito de música para um serzinho de doze anos, me expressava muito bem também, e já rabiscava alguns fetos de poesia...
E eu sofria, sofria tanto por não ter o “tio da perua” que sempre me dizia frases de senso-comum que nos outros me irritava, mas vindas da boca dele faziam todo o efeito...
E eu chorava, escrevia, “amava” e sonhava...
Um dia decidi que iria declarar o meu amor...
Levei dias e dias, dizendo que precisava dizer algo...
Um certo dia, eu disse “amo você”! Com a veemência duma mulher de 20 anos, veemência essa que sequer hoje eu tenho para amar.
Ele sorriu...
E naquele sorriso eu via o mundo que nunca faria parte. Um mundo pequeno, limitado, repleto de coisas que nunca farão sentido...
Só que o mundo que eu queria ver era outro e com dozes anos a gente só vê o que quer... E ainda bem...
Então, ele sorriu e na hora em que eu ia descer da “carruagem” ele me disse todo mal-intencionado: “Você não vai me dar um beijo?”.
Eu sorri, toda encabulada –voltara a ter doze anos- beijei-lhe a face e desci tensa para à casa.
Até hoje eu não entendo se ele queria mesmo aquele beijo ou se só queria ver o que iria fazer. No fundo ele sabia que eu não iria beijá-lo, não ali, naquela situação.
Porém, hoje eu sei que jamais iria lhe beijar, perderia toda a sensação que, hoje sei, era o que eu precisava.
Amava sim, o que nunca iria acontecer entre nós. Amava o amor que eu sonhava em sentir e que teoriza naqueles olhos verdes que eu nunca vou esquecer e não esqueci.
Ontem eu o vi numa pizzaria próxima à antiga casa dele.
Estava eu com minha mãe e seu namorado, eu rindo e blasfemando bobagens sobre o que me acontece - como sempre faço quando estou com eles -, quando minha mãe comenta sobre a roupa grotesca duma criança no colo do pai.
Eu me viro para olhar e reconheço a touca vermelha do pai da criança. Não sei, algumas imagens marcam nossas vidas, eu olhei e sabia que era ele, a mesma touca de sete anos atrás.
Fiquei olhando perplexa, quando notei que além da criança, uma mulher loira, gorda, com cara de cansada, sentada sobre a mesa o acompanhava: esperavam uma pizza, não sei.
Ele que olhava para o lado se virou e me viu, no instante ele sorriu, e disse “oi” baixinho, talvez para a loira não ouvir...
Eu perdi a pose, o assunto, o ar, fiquei sem graça, já não sabia mais como me portar na mesa...
Mexia no cabelo compulsivamente, sorria nervosa, fazia caras&bocas e olhava pelo cantinho dos olhos e via que ele também me olhava.
Eu dispensaria a pizza e a minha pepsi twist em troca de saber o que ele pensou, o que sentiu, o que aquele olhar quis dizer.
Dei uma golada no vinho de muito mau gosto que minha mãe pediu, pra ver se eu descontraia e voltava ao normal.
Eu nem quis ver quando ele foi embora, talvez essa cena toda tenha durado uns cinco ou dez minutos, eu não sei.
Foi desconcertante vê-lo ali, com aquele pequenino guri nos braços, aquela “esposa” grotesca, envelhecida, tão mórbida de se ver.
Talvez seja uma grande bobagem ficar assim sem chão por ver que as pessoas não ultrapassam jamais o destino que esperam delas.
Eu vi aquele homem tão sem cor, tão parte duma rotina banal e me deu saudade das luzes que só eu - quando menina de doze anos – iluminou naquele rosto triste.
Será que ele lembra daquela época?
O que será que ele me diria se pudéssemos um dia conversar?
Sempre pretensiosa, talvez ele tenha se decepcionado tanto quanto eu, eu também mudei, eu também me tornei vazia, também não tenho mais olhos vivos, também envelheci e ocupei o espaço que me cabia na vida comum e banal.
Isso não tem importância alguma eu sei, faz tanto tempo.
Hoje eu sei que com doze anos eu era muito mais austera que ele, sei que ele aprendeu muito mais comigo do que eu com ele.
Ontem foi um dia estranho.
O problema é que odeio quando meu passado passa por mim, e ele sempre faz isto quando eu penso que eu estou caminhando (em ritmo de via-crúcis) rumo ao futuro.
Ainda ontem eu vi a mãe duma antiga grande amiga minha que se casou no ano passado.
Ela me olhou surpresa, talvez pelo casaco “afetado” que eu estava usando ontem (elegantíssimo!) ou talvez pela pose de garota bem-resolvida que eu peguei emprestado de alguma musa das canções do Jobim.
Ela me perguntou sobre minha mãe, aquela preocupação instantânea que dá nas pessoas quando elas passam muito tempo sem se ver...
Contou-me que minha antiga amiga está grávida.
Tentei conter a perplexidade que me tomou a face.
Eu nunca sei o que dizer nestas situações, sempre digo coisas como “sério?”, “não acredito”, “que bom!”; eu sou daquelas pessoas sem graça e sem reações espontâneas de surpresa ou alegria.
Ela desceu do ônibus e eu sentei em seu lugar, fiquei pensando no quanto eu e a filha dela éramos amigas, no quanto éramos parecidas, pensei na cumplicidade, nas noites de sábado que partilhávamos...
Lembrei de quando ela se mudou daqui do bairro e que nos vimos uma vez por ano desde então.
Recebi o convite do seu casamento no ano passado, lembro que chorei no dia em que ela casou, porque eu realmente não conhecia aquela garota vestida de branco, ainda tão linda, ainda tão parecida comigo no jeito de andar...
Ela tentando fingir felicidade por eu estar ali e eu tentando fingir que não chorava, enquanto realmente desejava que ela fosse feliz, nem que eu tivesse que dar o pouco que eu tinha pra completar a dela.
E ela nunca vai saber disso, eu nunca vou poder dizer nada disso pra ela, dizer o quanto eu senti a falta dela quando ela mudou daqui, o quanto eu lamentei não fazer parte de nada daquilo.
Ela nunca vai saber que eu esperava bem mais dela.
Ela tem dezenove anos apenas, eu tenho dezenove anos apenas.
Nós apenas temos dezenove anos!
Dói muito em mim como as pessoas se perdem uma das outras.
Dói muito porque não é falta de amor, não é por nada que possamos controlar, ou entender...
Eu sinto tanta saudade dos tempos que passaram, das noites na casa da minha antiga amiga, das besteiras de menina que compartilhávamos; saudades do “amor” pelo “tio da perua”, saudades daquela tranqüilidade que eu fazia questão de abalar, mas que ainda prevalecia, tanto que eu sei que realmente existia e que me faz tanta falta hoje.
Talvez eu receba o convite para o chá-de-bebê da minha amiga. Talvez eu nem vá e sequer a veja este ano.Ou talvez ela sequer mande um convite. Talvez eu veja o homem de novo, talvez não.
Essas coisas me doem muito, talvez por seu ser tão ligada ao meu passado; às pessoas que eu amo, às experiências que fizeram de mim quem sou hoje ...
Talvez por eu não saber conjugar amor no passado.
Talvez por ser um pouco ingênua e sentir o mesmo afeto por pessoas que foram presentes um dia e que não vejo mais.
Enfim, hoje a labuta é outra e o tempo não pára nem vai esperar...
(E hoje eu sei: ninguém espera ninguém!).
Essas madrugadas frias me deixam assim...
E essa dor é tão comum que logo passa.Como tudo que passou, sem deixar nenhum vestígio, nenhuma palavra guardada para madrugadas como essa.
Don’t worry about me.

quinta-feira, maio 10, 2007

Atraso ( no dia que a nossa ampulheta atrasou)

Era tarde,
Era tarde!

A unha ruída, lascada e suja do tempo arranhou o mais altivo dos veludos,
e era tarde.
Sim, meu amor é tarde.

E vai envelhecendo nossa paz,
já não precisas de mim para me amar,
é tarde, é tarde pra dizeres que me ama,
(porém, você me ama! e todos aqueles bêbados do bar sabiam disso por mim)


E eu tardo
você tarda,
só nosso amor não tarda.
Nosso amor se tarda morre como uma ampulheta quebrada,
num dia em que uma ampulheta atrasar.
Era tarde.
Era tarde.

E até nosso abraço te atrasa,
atrasa sua vida nova,
vida nova amor,
vida que não tarda,
mas que ainda vai comer seus ponteiros pra que não notes que estas de novo atrasada.
Mas calo-me como o relógio daquele bar,
Eu sim tardei.
Era tarde.
Era tarde.


A verdade é que a vida atrasa,
quando quem sente não sabe como sentir...
e atrasa!
( e se acaba)
E nunca mais se acha na correria dum atraso.

Até o dia em que o desejo perde a pose,
(é tarde, é tarde)
e a lembrança é que tarda em nos deixar ser nós mesmos...
E das mãos fica a lembrança dum longo abraço,
dum cigarro amassado,
dum amor que não cabe mais num desconforto dum atraso.


Amanda Cristina Carvalho
(numa manhã fria de maio)

quarta-feira, abril 25, 2007

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!

"Vem para que eu possa recuperar sorrisos, pintar teu olho escuro com kol, salpicar tua cara com purpurina dourada, rezar, gritar, cantar, fazer qualquer coisa, desde que você venha, para que meu coração não permaneça esse poço frio sem lua refletida."

quinta-feira, abril 19, 2007

"metida a inteligente com tanta beleza" ¬¬

Abriu os olhos e eles sorriam tanto mesmo que em silêncio.
Eu pensei no preço que ela me pagaria pra sumir nos próximos meses.
Era lindo o rosto em silêncio que dá vontade de apagar as luzes do mundo e esperar que ela volte a gritar...
Aquele olhar ficava me incitando a pular, eu olhava pra baixo e via cores bem mais vivas que o vermelho do meu sapato.
Eu senti minhas pernas moles quando lambeu meu pescoço, eu pensei em recuar, porém, havia mais que concreto me impedindo... Havia meu desejo ali explicito na minha boca mordida e meus olhos fechados implorando por mais.
Minha alma é uma puta de luxo, e todo corpo tem um preço, nem que dá grana toda só fique mesmo com uns trocados pro cigarro e continue vazia como chegou.
Aquele olhar está entre minha bondade e a minha condição.
Ele está me cortando por dentro e a sensação é tão boa que eu acho que nem se o sangue escorrer dos meus poros eu vou o deixar sair daqui de dentro...
Os lençóis que se encharquem...
Eu que enlouqueça.
Ela que me salve.

quarta-feira, abril 18, 2007

Porque a vida toda eu fiquei curtindo um vento que só me dizia que nunca ia voltar o ar fresco que me nutria.
Eu estou muito simpática com o medo essa noite, queria um astro lunar maior que o que meus olhos alcançam; uma forte luz que me dissesse que não preciso de mais ninguém além dos que eu já precisei e esqueci um dia.
Queria aquele tipo de voz que não irritasse meu bom-senso e só me fizesse rir.
Um braço sobre meu pescoço e uma espontaneidade digna de uma noite longa de sexo e silêncio. Sentir as loucas damas caminhando por meus olhos, e o calor de suas línguas descendo por meu pescoço.
Queria ser a vítima da libido de alguém até que se fosse impossível mais prazer...
Ah...
Vasta vida!
Entre acidentes de trânsito, ausências&desejos, fumaça e delírio.
Meu medo era o de você pensar que eu não tenho mais jeito.
Eu tenho sim.

segunda-feira, abril 02, 2007


" Guarde para os dias de chuva

Tudo aquilo que você viveu

E nunca deu valor

Os livros que eu deixei pela sala

Aqueles versos que eu mandei

E você nem notou

Então guarde para os dias de chuva

Aquele beijo que eu te dei

Aqueles sonhos todos que caíram pelo chão

Guarde para os dias de chuva

Aquele filme que te fala de paixão

Mesmo que não faça sentido

Guarde os discos que eu te dei

E você nem tocou

O telefone dos amigos antigos

Que a gente tanto prometeu

E nunca procurou

Então guarde para os dias de chuva

Aquelas fotos do verão

Aquela recordação do que ficou pra trás

Guarde para os dias de chuva

Você pode descobrir que falta faz

E mesmo que não faça sentido

Guarde os discos que eu te dei

E você nem tocou

O telefone dos amigos antigos

E a coleção do marvin gaye

What’s going on… (?) "

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Cinco coisas que quero fazer antes de morrer?
01) Publicar um livro de crônicas e poesias.Só meu!
02) Fazer com que todos que amo sintam esse amor.
03) Morar em Minas Gerais.
04) Faculdade de cinema.
05) Me casar.

Cinco coisas que eu faço bem?
01)Cozinhar.
02) Massagem.
03) Indicar livros.
04)Amar .
05) ... rs

Cinco coisas que eu mais digo?
01) “Claro, e eu que tenho que agüentar”.
02) “Gatinhooooooooooooo”, quando vejo felinos pela rua.
03) "Bye bye baby."
04) "Ama? Ama uma porra que ama.”
05) “Vá se fuder”, “Vá para o meio, para o centro, para o núcleo do inferno”, frase que peguei do mestre Frank.

Cinco coisas que eu não faço ou não goste de fazer?
01) Aturar gente idiota.
02) Mentir.
03) Dizer coisas que não estou sentindo.
04) Ouvir música ruim.
05) Ser vulnerável quando se trata de amor.

Cinco coisas que me encantam?
01) Estar perto do meu tio Marcos.
02) Olhares grandes, cheio de vida e sinceridade.
03) Encontros inesperados que valem uma vida.
04) Andar por Minas Gerais.
05) Estar com meus amigos.

Cinco coisas que eu odeio?
01) Falta de caráter e de sinceridade.
02) Adolescentes declarados.
03) Gente fresca e histérica.
04) Subliteratura barata.
05) Ingratidão.

Cinco pessoas para responder isto?
01) Vini.
02) Talita.
03) Jô.
04) Rara.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

" Nossas vidas nao são tão diferentes embora a gente goste de achar que são. A dor é estranha. Um gato matando um passarinho, um acidente de carro, um incendio... A dor chega, BANG, e aí esta ela, instalada em voce. É real. Aos olhos dos outros, parece que voce esta de bobeira. Um IDIOTA de repente. Não há cura para dor, a menos que voce conheça alguem capaz de enteder seus sentimentos e saiba como ajudar."

-Charles Bukowski-

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

eu atiro! eu atiro!

Umas moedas por alguma emoção forte.
Uma pausa pro rosto que souber ficar.
Dançar a noite toda com um sorriso que me leve pra casa, mesmo que eu não peça.
Eu não estou indo embora assim sem motivos só porque eu não sei ficar, é porque eu já não vejo sentido em amassar suas cadeiras e acender as luzes.
Eu deveria comprar os jornais e ver a página de empregos, seria bom para todos.
Eu deveria parar de beber vodca de nove reais o copo.
Eu não deveria passar tanto tempo mostrando coisas que ele não quer ver.Palavras, divagações desnecessárias para um esportista.

Porque minha calcinha é bem mais interessante, ainda que tenha sido distração sua parição.
(Nem tão distraída, ok... Mas era só diversão duma garota triste.)

Foda-se o dilema do passar do tempo, das datas e dos nomes...
Foda-se boa parte dessa história, desse enredo sem perdão!
(Oh não! Era ressentimento...)

Bálsamo dos almodovares corações!
O Xico Sá vai pro inferno, ainda bem...Porque eu também vou.


Algumas moedas por uma noite com um pouco mais de cor.
Algumas moedas para engravidar de um olhar!



Passe essa arma pra cá!
O próximo tiro é meu.
Só meu...





Pó.