domingo, abril 08, 2012

Relato coloquial (oficial) de um “amor” perdido (que me perdeu, que nos perdeu, que me perdi)



Há dias tenho sentido esse frio na barriga, sabia que não era TPM apenas.
Senti arder doendo um arrepio trevoso em meu corpo, quem sabe até no instante derradeiro em que as mãos dele tocaram outro corpo.
Ser mulher é ser bruxa também, e até mesmo puta e santa quando chora querendo que se reverta à situação que a assola. Somos bravas guerreiras que sangram entre as pernas, contudo, o ciúme e a saudade nos reduzem á menininhas chorosas.
É um puta desconforto sentir que a convivência traça elos doentios... É vergonhosa toda saudade não consentida que nos faz olhar pro nada dentro dos coletivos.
Ás vezes a vida é como um sopro quente nos empurrando pra frente; tem dias que é folia, outros um taciturno desgosto dessa humanidade patética.
Uma vez, deitados nus (o contraste da sua temperatura quente com a minha fria nos trazendo o clima perfeito) eu comentei que quando ele encontrasse uma nova garota eu morreria um pouco naquele dia. E para mim que andava em coma, contando moedas e tendo longos pesadelos com seu rosto, a morte talvez não seja tão ruim.
Só com a morte que se volta á vida ou algo parecido com ela.
Para sensações que não se justificam a distância não responde, o descaso se torna metástase sem diagnóstico prévio. Entre tantas daquelas mentiras que ouvi, poucas que acreditei...E eu que cheguei a falar em amor... Que cheguei a acreditar que era amada meio a tanta cinza e iniqüidade.




Postado originalmente em: http://mulhergratisateas23.blogspot.com.br/2012/04/relato-coloquial-oficial-de-um-amor.html