Da juventude e dos desvarios provei quase tudo e nada me
bastou, porque aquilo que tanto se joga ao vento um dia o vento não traz mais.
De todos os rostos que eu trago ainda lúcidos na memória o
último é sempre aquele que eu quero esquecer, que eu quero moldar ao meu modo,
desmembrar, fazer de tolo na parede do pensamento.
As cidades são todas iguais quando não há mais nenhuma voz
que te faça ficar, os sapatos mudam, a cor do céu também, mas a chuva que molha
sua cabeça tem sempre um agouro novo que cabe a ti torná-lo bom ou a pior das
suas maldições... E tudo que ela quis te dizer é que não se pode esperar abrigo
em pessoas, tampouco, em sonhos rasos.