sexta-feira, agosto 29, 2014

pequeno relato de um agosto inconstante e tão igualmente sinistro


Da juventude e dos desvarios provei quase tudo e nada me bastou, porque aquilo que tanto se joga ao vento um dia o vento não traz mais.

De todos os rostos que eu trago ainda lúcidos na memória o último é sempre aquele que eu quero esquecer, que eu quero moldar ao meu modo, desmembrar, fazer de tolo na parede do pensamento.

As cidades são todas iguais quando não há mais nenhuma voz que te faça ficar, os sapatos mudam, a cor do céu também, mas a chuva que molha sua cabeça tem sempre um agouro novo que cabe a ti torná-lo bom ou a pior das suas maldições... E tudo que ela quis te dizer é que não se pode esperar abrigo em pessoas, tampouco, em sonhos rasos.

Do amor e daqueles abraços que nos deixam desarmados, sonolentos, todo cuidado é pouco. E duvido que alguém se lembrará de levar guarda-chuva ou blusa de frio, deitado nu, no sono ardiloso e hermético daquilo que se  parece com amor. E ninguém ao certo sabe se é.