quinta-feira, agosto 27, 2009

"your ex-lover is dead"


Diversas vezes, no quarto de livros tranqüilo da minha mente, eu fico divagando sobre a minha tumultuada espiritualidade.
Nessa noite de cara limpa eu consigo respirar como há meses não respirava. Sinto só o vento, e ele me dá o frio que eu preciso pra me curar desse estado febril de um corpo cansado, de marcas tão desgraçadamente significativas quanto se tivesse um verso de Bandeira tatuado nas costas.
“Quando a cabeça não pensa o corpo paga o pecado”?
Que nada, isso é rima de música sertaneja...
O corpo não paga pelos pecados. A cabeça que paga caro, acumula juros em desvario.
Mas nessa noite eu consigo ver a sorte que eu ainda tenho.
Consigo pular corda na minha imaginação que não está focada em nada. Que não se importa com mais nada que eu já tenha imaginado.
Imaginemos o horizonte tão somente. Consegue?
Fechar os olhos sem exigir nada dos sonhos.
Abrir o zíper sem imaginar o som os dedos estalando...
Fechar a cara e não usar do humour com tramas clichês.

Eu não uso verbos como o “ser”. Um palavrão na hora certa me liberta.
A minha violência é quase laica.
Eu é que insisto em arreganhar muito os olhos pra ver o que não existe.

Agora basta.

Um comentário:

Cris disse...

nada mais pesado que a culpa latejante na consciência, minha cara!