quarta-feira, outubro 01, 2014

114 tons de desesperança

São nos momentos mais difíceis que a nossa consciência turva enfraquecida
 pelo cansaço e o desejo de desistir nos leva a compreensão de que todos nós somos inocentes e vis ao mesmo tempo.
 Cada um cultiva sua utopia, sua pseudo zona de conforto. Que é frágil como o sorriso. Cada um se mutilando em saudades do que não se repete.
No fundo todo mundo quer acreditar em alguma coisa e nem é saudável questionar a fé de ninguém, feliz de quem acredita e que sua base ilusória e delicada nunca se quebre.
Da tentativa de acordar a mente com muitos copos de coca-cola, sorrisos e aquela leveza que nem se sente mais.
Cada vez é mais complexo e pueril acreditar que as coisas vão melhorar. Dá a impressão de que estamos numa redoma de vidro respirando um ar mórbido e acordando com gosto de sangue na garganta. E envolto de desconforto, você continua porque sabe que, esse mundo por mais atroz e injusto; não é forte o bastante pra te vencer por completo.
O que mais atormenta é lembrar das sensações boas que existiam, e nos vemos deitados, acenamos mais pra nada e se possível comeríamos as folhas desses calendários malignos.

E resistimos como flores no asfalto gasto, bebemos da chuva e anulamos o coração engolindo pílulas que nos tornam resistentes a solidão que é como cair em si sem conseguir sair do lugar... Queda lenta e necessária sem ninguém pra assoprar os ferimentos.

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