quarta-feira, agosto 05, 2009

I know it's over...


Minha cabeça dói há quatro dias sem dar trégua.
Não há consolo pra quem foi traído, pra quem se envergonhou da existência e sentiu o gosto podre da humilhação descer garganta a baixo.
Te desejar o mal? Como se fosse possível.
Se ao menos eu fosse capaz de desejar alguma coisa, desejaria um pouco de orgulho e perseverança pra não cair mais em ardis que meu coração cria e a sua maldade gerencia. Ou desejaria que alguma espécie de raio caísse sobre a sua cabeça, mudasse você por completo e te transformasse numa pessoa melhor, menos vil, menos mentirosa e que voltasse pra me buscar...
O que mais dois é a seqüência dos fatos, as palavras que saem com um esplendor que tornam o mal exato em sua intenção.
O que mais dói é ver que o amor da gente não implica em nada nas coisas ruins que vão nos acontecer.

São tantas coisas que doem e o problema não é nem a dor em si, viver em dor é hábito antigo, eu sou forte e nem tomo analgésicos, o problema é ver a vida como ficou, o desfecho da história, ver que o amor só existia em mim e que se alguém ainda vai lembrar e enlouquecer sou eu, essa história era a minha.

(Sou inconstante, inconseqüente, costumo dizer que estou no mundo a passeio, não sei porquê eu vivo assim e encaro as coisas assim, eu sou resistente, coração aberto que rejuvenesce a cada dia ao invés de envelhecer, sou sem muita noção de dignidade e de sentimentos imensuráveis. Nunca ouvi a razão e aproveitei a emoção como um especialista. Ninguém nunca ditou meu tempo e meus verbos. Não me arrependo de nada).

Agora o que mais falta acontecer? Onde mais vou cair de boca no chão e ver você gritar comigo por ter perdido o equilíbrio sendo que foi você quem me empurrou?

Não vai acontecer mais nada até eu ressurgir dessa poeira que ficou dos meus sentidos, da minha alegria. Eu fechei o portão do meu mundo pra você, e confesso que estou com os dedos presos, eu grito de dor, mas aqui do outro lado, porque você não precisa e nem quero que me ouça mais. Talvez ampute o braço e consiga enfim as minhas asas.
Tenho que manter o portão fechado e esperar a mágoa passar, dissolvendo assim todo o meu amor vilipendiado pela sua estupidez.

Nada me consola mais.

Um comentário:

Pescadora de inlusões disse...

Adoro ler suas palavras...