sexta-feira, fevereiro 28, 2014

Fim do verão nos nossos olhos


Nossas crianças crescerão, nossos pais, fatalmente morrerão.

Vai restar no coração lembranças vagas e algumas lembranças coloridas, muita saudade que não muda nada, que sequer nos tira do lugar...

Vão sobrar sonhos multiplicados com medo, o tempo vai passar pra todos, do mais nobre ao mais vil.

As únicas certezas que temos é a do amor que damos e do tempo passando, escorrendo pelos ralos, pelas unhas, pelos muros, como relva em alvoradas frias.

Tão imediato quanto o tempo é a urgência em amar de novo. Pra se sentir completo, num êxtase contraditório de se dar tanto até ficar vazio... Até o coração parar de bater e romper o silêncio com o barulho da solidão e da morte, enfim.

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