Passos rápidos,
descompassado é mesmo o coração e o ritmo desses dias,
uma pequena gota da poça que todos desviam
é assim que se sente o universo em mim.
Eu nunca vi fadas ou duendes sangrarem,
eu nunca ouvi falar em confiança sem sacrilégio,
sou formada por desnecessárias petulâncias e complicações mulheris.
Gosto de pimentas fortes,
me espaireço entre destilados melhor quando estou sozinha,
eu não posso ter medo,
eu não me decomponho no vazio do banal.
Mas, eu também brinco com lágrimas rasgando folhas de calendário,
vejo mais do que
queria,
tentando animar o corpo com melodias que nem sei me agradam.
Tudo desde que descosturei algumas letras,
desconstruí certezas,
e o prazo de validade
da minha solidão não expira,
não alteram o sufoco das batidas,
o ofegante da respiração,
nem mesmo quando me
vejo nos seus olhos,
ou quando meus dedos encontram a sua mão.
Um comentário:
Afasia, o diagnóstico de qualquer poeta que não se conhece... mas que têm à quem falar sobre si próprio... Há um universo dentro e fora de cada um, começar pelo de fora não traz satisfação... ficar preso ao de dentro não nos traz emoção... "Acho que não sei quem sou só sei do que não gosto"
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