segunda-feira, julho 02, 2007

e era sincera, toda essa pose de mulher austera?

Odeio essas noites que não se decidem quanto ao clima.
Gosto de muito frio, gosto de extremos.
O semestre acabou na labuta intelectual de estudar História.
Sinto-me perdida, como se tivesse perdido muita coisa, sinto como se minha faculdade fosse uma merda, e que está me privando de muitas coisas.
Por outro lado, penso também se eu agüentaria mais, não estou reclamando, mas meu curso é foda, e muitas vezes durante o semestre eu me perguntei se ia agüentar, se era mesmo isso que eu queria.
Minha professora de “introdução ao estudo da história” me deu o mapa dos caminhos ao inferno e ao céu.
E eu não sei se é esse o processo, mas eu mudei muito desde que comecei este curso, li muita coisa que me fez mudar de idéia, e mudar de idéia é muito desconfortável, muito mais para seres petulantes como eu.
Uma grande amiga minha me disse que esse curso me faz mal.
Eu não sei, porque eu tento ver a perda da ingenuidade não como uma maldade, mas sim como uma luz.
Luz que eu precisava; parar de se importar com tudo. Parar de sinalizar a vida com os olhos...
Talvez seja isso que a incomode tanto, meus olhos não sinalizam mais nada...
E por falar em amigos...
Eu nunca passei tanto tempo sem os meus...
Angustia-me muito, algumas vezes em que não encontro nenhum deles para contar coisas bobas (“o mundo é pequeno sem ter com quem dividir as coisas banais”); dói um bocado notar que sei tão pouco deles e eles tão pouco de mim. Alguns recados fragmentados nessa porra fria de internet, “eu te amo” a gente sempre diz, e ignora que há tempos não cultua esse amor.
Disseram-me certa vez que é pra isso que servem os namorados: para ocupar o lugar dos amigos quando estes já não podem estar ao seu lado.
Mas sei lá, eu não trocaria ninguém pelos meus amigos, eles são tão singulares e ímpares para mim...
Eu sinto que ninguém mais faz questão de ninguém no mundo atualmente.
Pra mim isso tudo é ainda muito estranho, pois saudade pra mim é assunto sério e eu não sei ficar muito tempo longe daqueles que eu amo.
Por falar em saudade, amor, tempo... Esses dias me peguei chorando ao ler uma antiga carta daquele que sabia mais de mim que eu mesma.
É curioso que ele me repreendia por uma to meu que hoje eu trato com tanta naturalidade e quase beira o vício (se é que já não é um).
Bobagem achar que se pode melhorar as pessoas com palavras bonitas...
Se fosse assim eu seria outra pessoa, por tanta coisa que já li...
O que podemos fazer pelas outras pessoas é estarmos presente, é olhar, é mandar pro inferno, gritar...
As pessoas são movidas à euforia, à reações humanas de desespero, de cólera, de loucos atos de amor...
Se tudo fica entre versos, entre as palavras, parece que perde a vida, parece que não existiu.
Eu gosto muito das coisas escritas, de fato, porém eu não sei lidar com a ausência que essas palavras escritas carregam.
Sei muito pouco daquilo que quero, mas sei muito bem das coisas que eu não quero.
Não sei bem o que estou tentando fazer, oscilo entre a euforia e a mais crua das tristezas...
E depois de alguns meses a vida me tem sido justa.
Meu ponto fraco está aguçado: a beleza.
Nada me deixa mais transtornada do que a beleza, porém acho que está tudo sobre controle, que eu vou saber me virar...
Meu encanto também mudou... E nada se perde, tudo se transforma.

Por Amanda na madrugada de dois julho.

Um comentário:

disse...

eu sinto muito a sua falta nas tardes, em todas.
odeio esse tempo que afasta as coisas belas e deixa vc horrorizada tbm.


=*

hj não direi eu te amo, pq eu te amo todo mundo diz.