sábado, abril 22, 2006

O mérito e a lascívia das borboletas


Cada palavra que compõe parte daqueles versos é apenas palavra crua, feita de vazio e dias de sol sem esperança.
Porém, o que corrói meus laços e nossas dívidas imperdoáveis com os deuses vai além do nosso desejo.
Indispensáveis olhares que nutrem uma euforia roubada de algum filme europeu.
E a dor por fim se faz leve como um pensamento de criança.
E seu eu contasse o auge de nossas vidas em linhas tortas, alguém iria sair da sala e em algum lugar do mundo fariam um carnaval.
Acredita no que eu não acredito pra podermos caminhar mais livres em alguma estrada que nosso medo inventar.
Mais tarde, o que se faz puro hoje, irá se perder por nossas mesquinharias e o céu se abrirá nos afastando cada vez mais até que você consiga por fim chorar.
Vulneráveis?
Talvez sejamos.Um pouco mais que nossa espera, talvez sejamos, pouco dignos de nosso passado, talvez sejamos.
Mas o que importa, se quando olhamos pra nós o riso nos compra a alma e fazemos de um verso algo mais que solidão?
O que importa num mundo onde o que brilha é o que menos tem valor?
Deixemos nossos sapatos sujos de barro na porta, deixemos nosso egoísmo lá fora, calemos nossos olhos, pra conseguirmos olhar e finalmente perceber que somos menores que tudo e maiores que eles.
Soluciona sua espera com a minha chegada mesmo que você não veja sentido no que eu sou.
Estou perdida de mim com um sorriso arrogante e sincero no que inventa.

Por Amanda Cristina Carvalho em abril de 2006.

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