quarta-feira, agosto 02, 2006

Frases soltas (ao seu gosto honey)

Tantas mentiras.
Tantas vontades.
Lembrança que corre com um pedaço de giz marcando a parede da minha sanidade.
Faz frio aqui, e eu gosto desse frio quando ele parece comer minhas entranhas de forma carinhosa e simpática.
É tão bom quando algo nos come de forma carinhosa e simpática, mesmo que seja somente o frio.
Precisamos ser comidos, é antropofagia sã que nos move na maioria das vezes.
Eu estou com medo.
Medo do meu medo não caber mais dentro de mim.Medo de não caber mais naquela cidade, medo de acordar sempre cedo, medo de não dormir mais, medo de ver que a culpa sempre foi minha e que eu estava mesmo correndo pro lado errado quando eu jurei que era mesmo pra lá que eu tinha que ir...
Eu não quero mais essas frases soltas via e-mail, eu não quero mais esse tormento na minha caixa de entrada, porque eu realmente o amo, e esse tempo e distância parece anacrônico ao que nos fazia ser apenas duas almas que se entendiam, pai e filha!
Odeio me sentir como um peixe pescado, já disse isso certa vez.
Preciso do outro lado da lua, não desse que é permitido ver.
Preciso do outro lado da rua, aquele em que te deixei e fui cortar minhas asas pra voarmos somente com as suas...
Mas as suas eram roubadas...
Eu odeio tanto ter que te odiar pra continuar amando ao que me resta.
“Ódio é que nem escrito, só envelhece”.
Eu não sei ser quem eu era pra te alegrar.
Eu não sei alegrar mais ninguém.
Eu queria fugir, mas nem lá no meu refúgio eu tenho mais paz.
Estão roubando o que eu tenho de melhor e guardando numa caixa de plástico (e tanto que eu odeio plástico!).
Não faz sentido o sentir que me sentia entrar seis e pouco da manhã no quarto quente: o sono que engolia a alma.
Ta aí, mas alguma coisa comida.Mais alguma coisa roubada.
A saudade já não me tem o mesmo efeito, acho que perdeu o lirismo com o tempo que me fez perder algumas outras coisas que não podiam ter sido perdidas.
Não quero mais ninguém por perto por hoje.
Eu precisava dessa paz que me levaram, eu precisava daquele dinheiro ao qual me privaram.
Não era nada disso que eu queria escrever.
Não era nada disso que eu queria sentir.
Não era de ti que eu queria lembrar.
Não era essa dor que eu queria celebrar.
Não era essa cidade que eu queria nomear.
Não era esse verme que eu queria pra comer meu cadáver ainda vivo.
Não era desse pássaro que eu queria retirar a asa pra te dar e te ver voar pra bem longe de mim.
Não era com esses olhos que eu queria te reencontrar.
Não, não era!
Juro por todos os fenecidos que não era...

5 comentários:

Anônimo disse...

"São tantas derrotas que já não sei onde guardar...e mentir as vezes cansa..."
Melhor seu texto Amanda!Li e reeli várias vezes...adorei mesmo.E sei que vou voltar aqui pra ler ele depois também....
"Eu não sei ser quem eu era pra te alegrar...",.Sabe, conversar com você,seja por msn,orkut,blog,fotolog,pessoalmenteme faz bem!Você me entende sem pedir explicação...
Amanda, FORÇA SEMPRE!!!
Um Beijããão!!!

Marie disse...

"Eu queria fugir, mas nem lá no meu refúgio eu tenho mais paz."
Sei como é isso.
E já que clichês são válidos...
Tudo vai passar! bjs

Anônimo disse...

Não corte as suas asas, nem deixem que cortem.
Não mesmo, moça, não deixe.




=************

jwagner disse...

que bonito isso, menina!

e obg pelo link lá no seu fotolog! =)
beijão!

Anônimo disse...

Buenas.
Amanda, força sempre mesmo. =)
Tudo vai dar certo no final. Pode confiar nesse escritor mais velho e, portanto, mais experiente.
Se cuida. E obrigado pelas leituras sempre carinhosas dos meus contos.
Se cuida.
29 beijos.